
A crescente complexidade dos ambientes de negócios tem exigido das médias empresas uma nova forma de pensar a gestão: não mais como o somatório de áreas isoladas, mas como um sistema interdependente em que cada parte afeta o todo. Essa visão, conhecida como gestão sistêmica, vem sendo amplamente estudada na academia e aplicada em organizações que buscam eficiência, inovação e longevidade empresarial.
1. Fundamentos da Gestão Sistêmica
A base conceitual da gestão sistêmica está no pensamento sistêmico, que entende as organizações como sistemas abertos em constante interação com o ambiente. Segundo
Mirzaie Daryani, Ali e Asli zadeh (2012), “a gestão de sistemas representa um avanço na teoria organizacional ao lidar com a complexidade e as inter relações internas e externas das
empresas”.
Fonte: Mirzaie Daryani, S., Ali, S., & Asli zadeh, A. (2012). Organizational Theory, Systemic Thinking and System Management. International Journal of Organizational Leadership, 1(2), 73
79. https://ijol.cikd.ca/article_60221.html
Essa abordagem rompe com a lógica funcionalista tradicional, permitindo que gestores visualizem o impacto de decisões financeiras, comerciais e operacionais como parte de um ecossistema integrado, e não como ações isoladas.
2. O Controle Gerencial sob uma Perspectiva Sistêmica
No campo do controle e da performance, a aplicação da gestão sistêmica também se destaca. Bostan et al. (2018), em estudo publicado no Journal of Risk and Financial Management, apontam que o controle de gestão eficaz depende de fatores interligados (ambiente de controle, sistemas orçamentários e desempenho operacional), cuja coerência sistêmica é determinante para resultados sustentáveis.
Fonte: Bostan, I., Bîrcă, A., Țurcanu, V., & Sandu, C. (2018). A Systemic Approach to Management Control through Determining Factors. Journal of Risk and Financial Management, 11(4), 65. https://www.mdpi.com/1911 8074/11/4/65
Para médias empresas, esse olhar sistêmico sobre o controle significa integrar informações financeiras, comerciais e operacionais em um fluxo contínuo de aprendizagem e decisão, o que viabiliza maior precisão orçamentária e agilidade nas correções de rota.
3. Aplicações Práticas em Médias Empresas de Alto Crescimento
Pesquisas mais recentes vêm reforçando a relevância dessa abordagem para médias empresas em expansão. Um artigo publicado na revista Systems (2023) demonstra que o desempenho de PMEs de alto crescimento é amplamente influenciado por processos de gestão de projetos e engajamento de stakeholders estruturados sob uma perspectiva sistêmica.
Fonte: Enhancing the Performance of High Growth Small and Medium Sized Enterprises through Effective Project Management Processes and Stakeholder Engagement: A Systems Perspective. Systems, 11(10), 511. https://www.mdpi.com/2079 8954/11/10/511
O estudo reforça que a integração entre planejamento estratégico, execução e comunicação organizacional gera um ciclo de retroalimentação positiva, onde cada parte da empresa contribui para a construção de valor sistêmico.
4. A Perspectiva Brasileira e a Aprendizagem Sistêmica
No contexto nacional, Lima (2005), em pesquisa apresentada no Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (EGEPE), propõe que a gestão estratégica de PMEs seja entendida como um processo de aprendizagem sistêmica, em que a empresa aprende continuamente a partir das interações entre suas áreas e do relacionamento com o ambiente externo.
Fonte: Lima, E. O. (2005). A Gestão Estratégica de Pequenas e Médias Empresas segundo a Abordagem da Aprendizagem Sistêmica. EGEPE, Curitiba. https://anegepe.org.br/wp content/uploads/2021/09/70 1.pdf
Essa visão, aplicada às médias empresas brasileiras, reforça que o sucesso competitivo depende menos de planos estáticos e mais da capacidade adaptativa e da integração inteligente entre processos, pessoas e tecnologia.
5. Conclusão: a Integração como Estratégia de Crescimento
A clipagem acadêmica demonstra que a gestão sistêmica é um diferencial estratégico para médias empresas que buscam crescer de forma sustentável. Integrar áreas, alinhar indicadores e promover o aprendizado organizacional contínuo não são apenas boas práticas, são pilares de resiliência e inovação.
No contexto atual, a adoção de uma mentalidade sistêmica pode ser o ponto de virada entre empresas que apenas operam e aquelas que evoluem com consistência e propósito.
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