
A dinâmica competitiva global vem se intensificando com a digitalização e o avanço das cadeias produtivas interligadas. Para as médias empresas, esse cenário representa tanto desafios quanto oportunidades: de um lado, a pressão de players globais e grandes conglomerados; de outro, o potencial de diferenciação e inovação por meio de eficiência, especialização e estratégia digital.
Nesta clipagem, destacamos publicações recentes do World Economic Forum (WEF), da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que analisam os impactos da concorrência para o crescimento, a produtividade e a sobrevivência de empresas de médio porte.
1. OECD — O campo competitivo e a produtividade das empresas médias
A OECD tem analisado, em suas publicações anuais, como a estrutura de mercado influencia o desempenho das empresas. No OECD Business and Finance Outlook 2017, a entidade destaca que a globalização e a expansão de grandes multinacionais criaram assimetrias competitivas significativas. Enquanto grandes corporações se beneficiam de economias de escala, empresas médias enfrentam barreiras de entrada mais complexas e margens de lucro menores.
O relatório indica que a concorrência saudável estimula ganhos de eficiência e adoção tecnológica, mas a concentração de mercado excessiva tende a reduzir a capacidade de inovação das médias empresas, restringindo seu crescimento.
📎 Link: https://www.oecd.org/content/dam/oecd/en/publications/reports/2017/05/oecd- business-and-finance-outlook-2017_g1g79350/9789264274891-en.pdf
Complementarmente, o OECD Economic Outlook 2025 (Volume 1) aponta que a concentração de mercado aumentou em diversos setores, criando o fenômeno das “superstar firms” — empresas líderes que capturam fatias desproporcionais de investimento e atenção dos consumidores. Para médias empresas, isso significa operar em mercados mais estreitos e com menos espaço para erro, exigindo diferenciação baseada em agilidade, valor e nicho.
📎 Link: https://www.oecd.org/en/publications/oecd-economic-outlook-volume-2025- issue-1_83363382-en/full-report/reigniting-investment-for-more-resilient- growth_99b36090.html
2. WEF — Competitividade, resiliência e inovação
O World Economic Forum tem reiterado, em seus Global Competitiveness Reports, que ambientes concorrenciais equilibrados são determinantes para o fortalecimento de empresas de médio porte.
De acordo com o Global Competitiveness Report 2024, a inovação e o acesso a mercados abertos são os maiores fatores de resiliência das médias empresas frente a pressões macroeconômicas e tecnológicas. O estudo mostra que quando há políticas públicas que promovem concorrência justa — especialmente em crédito, digitalização e
infraestrutura — as médias empresas se tornam polos de produtividade e inovação local.
📎 Link: https://www.weforum.org/reports/the-global-competitiveness-report-2024
3. IPEA — Concorrência, regulação e impactos sobre médias empresas no Brasil
No contexto brasileiro, o IPEA destaca que a regulação e a concentração de mercado afetam de forma direta o ambiente das médias empresas. O estudo Concorrência e Regulação no Brasil: implicações macroeconômicas em geral e para o investimento direto em particular (Oliveira, Gesner, 2023) revela que a falta de neutralidade competitiva e a concentração em setores regulados reduzem os incentivos à entrada e à expansão de empresas médias.
📎 Link: https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/14393
Outra publicação, Regulação e concorrência no Brasil: governança, incentivos e eficiência (Salgado & Motta, 2022), aponta que setores oligopolizados — como energia, saneamento e transporte — criam barreiras indiretas para médias empresas, tanto no fornecimento de insumos quanto no acesso a políticas de crédito.
📎 Link: https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/3164
Por fim, a análise conjunta IPEA–CADE sobre Políticas de Defesa da Concorrência (2024) demonstra que atos de concentração excessiva reduzem o dinamismo de mercados locais, afetando diretamente empresas de médio porte que competem por nichos e inovação.
📎 Link: https://www.gov.br/cade/pt-br/assuntos/noticias/cade-e-ipea-publicam-livro- sobre-avaliacao-das-politicas-de-defesa-da-concorrencia-no-brasil
Conclusão
As evidências do WEF, da OECD e do IPEA convergem em um ponto: a concorrência é essencial para a vitalidade das médias empresas, mas seu efeito depende da qualidade das instituições e do ambiente regulatório. Mercados excessivamente concentrados favorecem grandes grupos e desestimulam a inovação das médias; por outro lado, ambientes competitivos, com regras equilibradas, estimulam eficiência, aprendizado e diferenciação.
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