Painel Semanal de Notícias Corporativas

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Período: 17 a 23 de outubro de 2025

  1. Ambipar entra em recuperação judicial por “irregularidades em operações financeiras”

A empresa brasileira de gestão ambiental Ambipar entrou com pedido formal de recuperação judicial, culpando operações de swap geridas por sua antiga diretoria por irregularidades, além de enfrentar forte pressão de credores por antecipação de dívidas. Esse fato gerou forte queda nas ações da companhia (≈ – 30% no pregão seguinte) e elevou o risco percebido no segmento de empresas com exposições financeiras complexas.

Fonte: https://www.reuters.com/business/brazils-ambipar-files-bankruptcy-protection- 2025-10-21/

Impacto para empresas médias no Brasil:

  • A necessidade de robustez no controle interno de operações financeiras deriva diretamente desse tipo de colapso.
    • Empresas que prestam serviços ou têm contratos com Ambipar ou semelhantes devem revisar cláusulas de proteção (garantias, auditoria, reporte) para mitigar risco de inadimplemento.
    • O episódio reforça percepção de fragilidade do crédito corporativo nacional, exigindo caution redobrada ao decidir por alavancagem.

2.  Governo brasileiro propõe garantias financeiras e incentivos fiscais para mineração estratégica

Em 17 de outubro, o governo brasileiro anunciou a criação de um grupo de trabalho no âmbito do novo Conselho Nacional de Política Mineral, com o propósito de formular políticas de garantias financeiras e incentivos fiscais para projetos de mineração estratégica, com ênfase em minerais críticos e valor agregado local.

A estratégia visa reduzir a exportação bruta de minérios e estimular a industrialização no País, em uma janela de oportunidade criada por restrições de oferta global desses recursos.

Fonte: https://www.reuters.com/business/brazil-eyes-financial-guarantees-tax-breaks- strategic-minerals-2025-10-16/

Impacto para empresas médias no Brasil:

  • Pequenas e médias empresas do setor químico, metalurgia, componentes eletrônicos e insumos industriais podem captar oportunidades de contratos e financiamentos com prêmios regulatórios.
  • Empresas de tecnologia ou startups voltadas a insumos tecnológicos (ligados à cadeia de minerais estratégicos, como lítio, terras raras) devem observar esse movimento com atenção para antecipar posicionamentos competitivos.
    • Essas medidas podem estimular desenvolvimento regional de cadeias de valor

— favorecendo empresas que atuam em proximidade geográfica dos polos mineradores.

3.  Petrobras recebe autorização para exploração no litoral da Foz do Amazonas pouco antes da COP30

No contexto nacional, foi confirmada autorização para que a Petrobras realize exploração de petróleo no bloco 59, na Foz do Amazonas, a cerca de 160 km da costa, por um período inicial de cinco meses. A decisão reacende debates ambientais e questionamentos de legitimidade do licenciamento, especialmente às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Embora a empresa afirme ter cumprido todas as exigências do órgão ambiental (Ibama), organizações ambientais já indicam ações judiciais com base em “ilegalidades e falhas

técnicas” no processo de licenciamento.

Fonte: https://www.business-humanrights.org/en/latest-news/brazil-less-than-a-month- before-hosting-cop30-the-country-authorises-oil-exploration-at-the-mouth-of-the- amazon-river-by-petrobras-incl-companys-comments/

Impacto para empresas médias no Brasil:

  • As incertezas regulatórias e ambientais podem afetar fornecedores da cadeia petrolífera que dependem de autorizações ou contratos públicos.
    • Empresas que trabalham com licenciamento, monitoramento ambiental e tecnologias de mitigação de impacto podem ver aumento da demanda por seus serviços.
    • Riscos reputacionais e de litigiosidade devem ser considerados por empresas com presença ou contratos nos estados amazônicos ou envolvidas em cadeia energética.

4.  Mercado internacional: sanções dos EUA elevam preço do petróleo e mexem com cadeias globais

Na esfera internacional, novos pacotes de sanções dos EUA contra empresas russas como Rosneft e Lukoil provocaram uma elevação de ~5,7% no preço do barril Brent, com reflexos diretos nas cadeias de energia, transporte e insumos globais. Esse movimento beneficia produtores de petróleo e empresas do setor energético (Shell, BP), que registraram alta nas ações em bolsas globais.

Fonte: https://www.theguardian.com/business/2025/oct/23/oil-price-jumps-after-trump- imposes-sanctions-on-two-russian-producers-rosneft-lukoil

Impacto para empresas médias no Brasil:

  • Insumos energéticos mais caros (combustíveis, fretes, matérias-primas petroquímicas) devem pressionar margens de empresas em setores intensivos em energia ou logística.
    • Há possibilidade de repasse parcial desses custos ao cliente final, mas com risco de perda de competitividade.
    • Empresas que dependem de importações ou cadeias globais sensíveis ao petróleo precisam reavaliar riscos cambiais, hedges e contratos.

5.  Panorama macroeconômico global: crescimento modesto e riscos persistem

Segundo o relatório World Economic Outlook – October 2025 do FMI, o crescimento global em 2025 está projetado em 3,2%, mantendo um ritmo modesto e com risco inclinado ao lado negativo. Fonte: https://www.imf.org/en/Publications/WEO/Issues/2025/10/14/world-economic-outlook- october-2025

O S&P Global também tem apontado uma desaceleração nas grandes economias, com impactos esperados no comércio internacional e tensões renovadas entre China e EUA. Fonte: https://www.spglobal.com/market-intelligence/en/news- insights/research/2025/10/global-economic-outlook-october-2025

Além disso, no âmbito corporativo global, empresas de fora dos EUA têm buscado expandir operações nos EUA para mitigar efeitos de tarifas protecionistas. Fonte: https://www.reuters.com/legal/legalindustry/foreign-companies-eye-us-expansion- lessen-fallout-tariffs-2025-10-06/

Impacto para empresas médias no Brasil:

  • Menor dinamismo global reduce demanda por exportações brasileiras, pressionando margens e volume de vendas.
    • Importadores e empresas com cadeias globais podem se beneficiar da estratégia de descentralização de operações adotada por companhias internacionais.
    • Pressão cambial e custos financeiros permanecem como fatores centrais a serem monitorados.

6.  Reconhecimento global: Baker Tilly figurada entre as melhores companhias do mundo

A rede de auditoria e consultoria Baker Tilly foi incluída na lista World’s Best Companies 2025, da revista TIME (em parceria com a Statista), destacando-se em critérios como crescimento de receita, satisfação de colaboradores e transparência em ESG (ambiental, social e governança). Fonte: https://www.bakertilly.global/news/baker- tilly-named-among-times-worlds-best-companies-of-2025

Esse tipo de reconhecimento evidencia como empresas de serviço profissional têm elevado visibilidade internacional e valor de marca.

Impacto para empresas médias no Brasil:

  • Para empresas do setor contábil, auditoria, consultoria ou serviços de apoio corporativo, o case reforça a importância de investir em cultura organizacional, ESG e visibilidade global.
    • Pequenas e médias empresas podem buscar parcerias ou benchmarking com essas redes reconhecidas, reforçando credibilidade para investidores e clientes.

Temas transversais que merecem atenção

  • Fragilidade do crédito corporativo e governança interna — colapsos como o da Ambipar ressaltam o custo da negligência em controles financeiros.
    • Pressão regulatória e ambiental em setores estratégicos — a permissão para exploração na Amazônia e incentivos à mineração trazem dilemas entre crescimento e reputação.
    • Custo de insumos energéticos e volatilidade global do petróleo — impactos cascata em logística, insumos petroquímicos e transporte.
    • Ambiente externo mais contido — crescimento global modesto e tensões comerciais que afetam exportadores e cadeias internacionais brasileiras.
    • Importância crescente de ESG, transparência e reputação global — evidenciado quando empresas de serviços são valorizadas por desempenho sustentável.

Recomendações para médias empresas brasileiras

1.      Fortalecer controles financeiros e de risco

Revise processos de derivativos, swaps e operações estruturadas, especialmente se a empresa tem dívida ou exposição cambial.

2.      Modelos flexíveis de adaptação ao custo de energia

Inclua cláusulas de indexação ou partilha de custos em contratos de contraprestações longas.

3.      Busca de posicionamento em cadeias estratégicas emergentes

Avalie se sua empresa pode inserir-se nas novas cadeias de valor dos minerais estratégicos ou energéticos.

4.      Avaliação constante de risco regulatório e reputacional

Empresas com presença em regiões ecologicamente sensíveis ou dependentes de licenciamento devem mapear rotas de mitigações e contingências jurídicas.

  • Adote práticas de ESG, transparência e comunicação estratégica Visibilidade internacional e credibilidade tornam-se diferenciais competitivos, não meramente “extras”.

Conclusão

A semana de 17 a 23 de outubro de 2025 evidencia que empresas médias brasileiras navegam em um mar de riscos interligados: crédito, insumos, regulação ambiental e ambientes globais incertos. As decisões tomadas agora — em governança, mitigação e posicionamento estratégico — podem determinar quem se mantém competitivo e quem fica exposto.

A SRD está à disposição para ajudar sua empresa a antecipar cenários, reforçar controles e transformar desafios em vantagem estratégica. Acesse https://srdconsult.com.br/ e descubra como podemos atuar juntos nessa jornada.